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O Largo de Pedro Álvares Cabral deve o seu nome ao descobridor do Brasil, descendente dos alcaides de Belmonte e senhores de Zurara e de Tavares.

Ocupa uma área que, outrora, era malha residencial medieval e moderna e pequena praça central do velho burgo mangualdense. Integrava o “Cabo do Vila”. Aqui se concentrava a vida económica, social e política: a câmara municipal, a cadeia, o tribunal e o pelourinho, destruído em meados do século XIX, com a abertura da estrada de Viseu para a Guarda.

Convivendo com a demolida capela de São Bartolomeu, de ancestrais origens, viu erigir, sobre o enorme maciço rochoso, a torre de albergue do relógio que, marcando o tempo, arregimentava os vereadores para as sessões de câmara; assistiu à construção do soberbo palácio dos Pais de Amaral, à da Igreja da Misericórdia, à do Convento – hoje complexo paroquial -, ao erigir padrão das comemorações do “Mundo Português”. Viu demolir a primitiva câmara e, depois, a que lhe sucedera. Generosamente ampliado, foi feira do calçado e de animais, aceitou a translação do fontenário da Avenida da Liberdade e, de forma impávida, mas serena, permitiu a transferência da sua centralidade para o largo Dr. Couto e Rossio.

Autêntico palimpsesto, guarda ainda vestígios da romanização – calçada romana – e convive, paredes meias, com a sepultura alto-medieval da Mata dos Condes.

António Tavares

Gabinete de Gestão e Programação do Património Cultural da CMM

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