Considerada como a mais sumptuosa residência senhorial de toda a Beira Alta, a sua construção foi iniciada em princípios do século XVIII, com continuidade até ao século XIX, pela linhagem dos Paes de Amaral, descendentes do capitão-mor do concelho de Azurara e, mais tarde, condes de Anadia.
A sua monumentalidade marca indelevelmente a paisagem urbana da cidade de Mangualde e fazem daquele Palácio sede de toda uma história que liga os Paes de Amaral aos destinos do concelho de Mangualde.
As 120 janelas que iluminam os seus vastos e amplos salões foram rasgadas nas suas quatro fachadas, todas diferentes entre si.
A fachada poente, a principal, reflete o esplendor característico do estilo barroco, majestaticamente imponentemente que, conjuntamente com o todo arquitectónico, será de risco atribuído a Gaspar Ferreira, arquitecto conimbricense. Do lado sul fica a “loggia” abalaustrada que deita para um pátio interno e encontra a sua magnificência arquitectónica na originalidade da escadaria. Completamente ao gosto e jeito italianos, sob o traço de Mestre Mendes Coutinho, ali se exibem as vivas e construtivas achegas de outros contemporâneos, como Nicolau Nasoni.
No seu interior é a decoração barroca e rococó que predomina, acompanhada pela presença constante de magníficos painéis de azulejos da tradição coimbrã.
A capela que lhe está anexa no lado norte é anterior ao palácio e, apesar das remodelações que foi tendo até ao século XIX, conserva o primitivo retábulo sob a invocação de São Bernardo.
O conjunto do Palácio dos Condes Anadia – palácio, jardins, quinta e mata anexa – está classificado na categoria patrimonial de Conjunto de Interesse Público (CIP).
Coordenadas geográficas
40°36'15.42"N
7°45'55.98"W
António Tavares
Arqueólogo_CMM